Na manhã em que a equipe da Folha esteve presente no aeroporto, foi possível observar o mesmo cenário de antes da implementação da fila virtual: carros estacionados de forma irregular e motoristas tentando atrair passageiros para corridas fora do aplicativo, prática proibida e que resultou em uma passageira sendo cobrada o dobro do valor por uma corrida até a rodoviária do Tietê.
O bolsão com 145 vagas para os condutores aguardarem sua vez de iniciar as corridas foi criado próximo à área de embarque, no subsolo, onde anteriormente funcionava uma locadora de veículos que foi relocada. A concessionária do aeroporto, Aena, informou que a fila virtual é apenas o primeiro passo de uma série de melhorias previstas para otimizar o sistema viário no entorno do aeroporto.
Além do bolsão, está prevista a entrega de uma praça para o embarque de clientes de aplicativos na cobertura do atual edifício garagem, com áreas comerciais e sala de espera, assemelhando-se ao disponível no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. No entanto, o acesso ao bolsão é restrito apenas aos motoristas cadastrados na Uber, com controle de entrada feito por uma câmera que verifica os dados do veículo.
Os motoristas destacaram que o sistema da fila virtual evita práticas como a recusa de corridas em série em busca de lucros maiores em uma única viagem. A Uber, que assinou contrato com a concessionária para destinar 80% das vagas do meio-fio ao embarque de seus clientes, não respondeu sobre as práticas irregulares de alguns motoristas. A quantidade de viagens registradas por dia a partir do aeroporto também não foi informada pela empresa. Ao todo, o novo sistema de fila virtual e bolsão no Aeroporto de Congonhas busca trazer mais organização e fluidez para o transporte de passageiros por aplicativos na região.