Juíza absolve policiais acusados de homicídio de João Pedro no Rio de Janeiro em decisão polêmica e contestada pelo Ministério Público

Na última quinta-feira, a juíza Juliana Bessa Ferraz Krykhtine, da 4ª Vara Criminal de Justiça do Rio de Janeiro, proferiu uma decisão que absolveu os policiais civis Mauro José Gonçalves, Maxwell Gomes Pereira e Fernando de Brito Meister da acusação de homicídio do jovem João Pedro Matos Pinto, de apenas 14 anos, baleado com um fuzil dentro de uma residência em São Gonçalo durante uma operação policial em 2020.

A decisão da magistrada foi baseada na análise criteriosa de laudos técnicos e depoimentos de testemunhas. A defesa dos policiais argumentou que não houve dolo por parte dos agentes, uma vez que estes estavam agindo em legítima defesa durante um confronto armado com criminosos.

A Promotoria havia solicitado que os agentes fossem levados a júri popular, alegando que os réus teriam alterado a cena do crime com a utilização de artefatos explosivos e uma pistola. De acordo com a acusação, os policiais teriam posicionado uma escada junto ao muro da casa de João Pedro e produziram marcas de disparos de arma de fogo para tentar encobrir seus atos.

No entanto, a juíza considerou que a dinâmica dos fatos descritos nos laudos periciais e nos depoimentos não sustentava a acusação de homicídio doloso por parte dos policiais. Segundo a magistrada, não ficou comprovada a intenção dos agentes de matar o adolescente, sendo que a ação dos policiais se enquadrou em um contexto de legítima defesa.

Além disso, a juíza apontou contradições nos laudos apresentados pela Promotoria, evidenciando divergências entre os peritos contratados pela acusação. As testemunhas ouvidas no processo corroboraram a versão dos policiais de que houve troca de tiros na região, reforçando a argumentação de legítima defesa.

Diante disso, os policiais foram absolvidos não apenas da acusação de homicídio, mas também da alegação de fraude na cena do crime. A Promotoria já manifestou sua intenção de recorrer da decisão, demonstrando a complexidade e a sensibilidade do caso.

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