A expectativa agora é de que a Selic permaneça em 10,50% ao ano na decisão do Copom marcada para o final deste mês. Segundo especialistas, a inflação mais moderada em junho permitiu que o mercado ajustasse suas projeções para a política monetária, afastando as apostas de alta na taxa de juros.
No entanto, apesar do cenário mais favorável em relação à inflação, os investidores permanecem cautelosos devido às incertezas fiscais do país. A volatilidade nos juros futuros deve persistir até que haja mais clareza sobre as medidas que o governo adotará para controlar o déficit nas contas públicas.
A reação do mercado aos dados do IPCA reflete essa incerteza, com os analistas apontando que as altas e baixas nas taxas de DI estão mais relacionadas à percepção de risco do que a uma expectativa concreta de mudança na Selic. Mesmo com a perspectiva de estabilidade da taxa básica nos próximos meses, os investidores seguem atentos às movimentações do governo e dos indicadores econômicos.
Os contratos de DI para os próximos anos também tiveram queda, indicando uma expectativa de estabilidade da Selic a médio prazo. Os especialistas ressaltam a importância de um sinal claro do governo sobre a redução das despesas públicas para que o mercado financeiro possa se ajustar de forma mais consistente e prever os próximos passos da política monetária. A incerteza e a volatilidade devem persistir enquanto o país atravessa um momento de transição e enfrenta desafios econômicos.