Este não era apenas um bar de rock comum. Nenê havia incorporado alguns rituais típicos de pubs ingleses, como o aviso sonoro para o fechamento do estabelecimento. Conhecido por sua paixão pela música e por sua bateria azul da Tama, adquirida durante uma viagem a Portugal nos anos 1980, Nenê era uma figura icônica na cena musical de São Paulo. Além de tocar em bandas de heavy metal, como Acmon, ele também foi responsável por organizar um festival de música na Escola Estadual Alberto Levy, demonstrando seu comprometimento com o cenário artístico local.
Apesar dos desafios impostos pela pandemia, o Malta Rock Bar prosperou e se tornou um local de referência para fãs de rock de diversas partes do mundo. Nenê não só orgulhava-se de receber artistas internacionais, como Jeff Scott Soto e Ron Keel, mas também apoiava bandas e músicos nacionais, oferecendo-lhes oportunidades de se apresentar em seu estabelecimento.
Por trás do sucesso do Malta Rock Bar, havia sempre o apoio de Luciana, esposa de Nenê, e a presença constante do jornalista Ricardo Batalha, amigo de longa data do roqueiro. Batalha relembra com carinho a atitude acolhedora de Nenê e sua paixão por descobrir novas bandas e artistas, sempre tratando a todos como amigos.
A trágica morte de Nenê, aos 58 anos, deixou um vazio não apenas no Malta Rock Bar, mas também na comunidade musical de São Paulo. Sua dedicação, amizade e amor pela música serão lembrados por aqueles que tiveram a sorte de conhecê-lo. A morte de Nenê é uma perda irreparável para a cena do rock na capital paulista, deixando uma lacuna que será difícil de preencher.