Repórter São Paulo – SP – Brasil

Legado de Flavio Jorge: o griô das lutas pela igualdade racial no Brasil e sua trajetória de ativismo e resistência.

Flávio Jorge Rodrigues da Silva, mais conhecido como Griô para as organizações de movimentos negros brasileiros, foi uma peça fundamental na luta pelos direitos da população negra no Brasil. Nascido em 1953 em Paraguaçu Paulista, interior paulista, Flávio foi criado com seus dois irmãos sob os cuidados da avó paterna Mariana, a quem era bastante apegado.

Ao se mudar para São Paulo aos 17 anos e ingressar na PUC-SP para cursar ciências contábeis, Flávio começou a se envolver com os movimentos sociais. Foi um dos fundadores do Grupo Negro da PUC, que realizava ações para além dos limites da universidade, na década de 1980. Durante seus anos de faculdade, conheceu Gê, com quem foi casado por mais de três décadas e teve seus dois filhos, Marina e Pedro, a quem sempre ensinou sobre as lutas raciais.

Flávio teve uma carreira marcada por várias iniciativas importantes para a comunidade negra brasileira. Foi preso político durante a ditadura militar em 1977, participou do movimento das Diretas Já e foi o primeiro secretário nacional de Combate ao Racismo do PT, partido do qual foi um dos fundadores.

Além disso, Flávio esteve envolvido em diversas organizações que defendiam os direitos dos negros, como a Soweto e a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas. Sua atuação foi muito importante para o reconhecimento e valorização da cultura negra no país.

No dia 6 de junho, aos 70 anos, Flávio faleceu em decorrência de um câncer no intestino. Deixa seus filhos Mariana e Pedro, além dos netos Zion e Isadora. Sua morte foi lamentada por diversas personalidades e pelo presidente, que destacou a importância de Flávio como ativista e defensor dos direitos do povo negro. A comunidade perdeu um grande líder, mas seu legado continuará inspirando a luta por igualdade e justiça.

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