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Física nuclear brasileira Thereza Borello-Lewin, destaque na USP, falece aos 82 anos, deixando legado de excelência acadêmica

A comunidade científica brasileira está de luto com a morte de Thereza Borello-Lewin, renomada física nuclear que contribuiu significativamente para o desenvolvimento da área no país. Nascida em uma família de físicos, Thereza se formou em física pela USP em 1963 e se destacou por seu trabalho em espectroscopia nuclear.

A Sociedade Brasileira de Física (SBF) lamentou a perda da cientista, que era responsável pelo Laboratório de Emulsões Nucleares e Outras Técnicas, conhecido por seus trabalhos de inserção internacional. Em colaboração com a Universidade de Tóquio, Thereza desenvolveu estudos sobre interações nucleares de altíssima energia, obtidas através da radiação cósmica.

Uma das grandes realizações de Thereza foi a criação de uma nova experiência no laboratório Pelletron, com a instalação de um espectrógrafo magnético tipo Enge, que se tornou o foco de sua pesquisa em espectroscopia nuclear. A SBF ressaltou a importância de Thereza como professora e orientadora, que dedicou meio século à formação de jovens no campo da física.

O Instituto de Física da USP destacou os 60 anos de dedicação de Thereza à universidade, onde atuou como professora, orientadora, cientista e administradora. Seu amigo e também cientista Otaviano Helene descreveu Thereza como uma pessoa séria, competente e respeitada, que batalhou pela ciência ao longo de toda sua vida.

Thereza foi orientada pelo renomado físico brasileiro Ernst Hamburger em seu doutorado, o que a levou a realizar importantes pesquisas sobre reações e estruturas nucleares. Sua amiga Lighia Matsushigue recordou a dedicação de Thereza ao ensino e à academia, enquanto Marcos Alexandre, que a auxiliou nos últimos anos, ressaltou o orgulho que ela sentia pela USP, sua segunda casa.

Thereza faleceu em 28 de maio, aos 82 anos, deixando um legado importante para a educação acadêmica e a física nuclear no Brasil. Sua morte representa uma grande perda para a ciência brasileira, mas seu trabalho continuará a inspirar futuras gerações de cientistas.

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