Com o tema “Vem ser Fã de Mulheres Negras”, o festival busca destacar a força transformadora dessas mulheres em uma sociedade machista e racista como a brasileira. De acordo com Jacqueline Fernandes, diretora-geral e idealizadora do festival, ser fã dessas mulheres é um ato revolucionário em um contexto em que são frequentemente marginalizadas e oprimidas.
Desde a primeira edição do evento em 2007, o Latinidades vem se consolidando no calendário cultural do país. Este ano, além de Salvador, o festival também expandiu sua programação para Goiás e São Paulo, evidenciando a importância do papel das mulheres negras em diversas áreas, sobretudo nas artes e na cultura, na promoção da equidade de gênero e raça.
O pontapé inicial das apresentações do festival foi dado na sexta-feira com uma performance da dançarina e professora Vânia Oliveira, seguida por debates e a peça “Medeia Negra”, idealizada pela atriz e escritora Márcia Limma. No sábado, a programação literária do evento contempla conversas e lançamentos de obras com temática negra, incluindo um livro baseado no projeto Estamos Prontas que fortaleceu lideranças negras pré-candidatas em todo o país.
O domingo reserva o quarto Concerto Internacional Contra o Racismo, com artistas da América Latina se apresentando em um evento organizado pela Coalizão Global Contra o Racismo Sistêmico e pela Reparação. Entre os artistas confirmados estão Sasha Campbell, William Cepeda, Bel and Quinn e Sued Nunes.
O festival Latinidades se destaca não apenas pela diversidade de sua programação, mas também pela reflexão e celebração do lugar da mulher negra na sociedade. O evento promove o afeto, o reconhecimento e o amor como elementos essenciais para a luta por igualdade e respeito.