Tráfico de animais ameaça biodiversidade brasileira e é comandado por organizações criminosas, revela relatório da Transparência Internacional.

No Brasil, a preocupação com a preservação da fauna se torna cada vez mais relevante diante do tráfico de animais silvestres, um problema sério que impacta diretamente diversas espécies, como as araras-azuis-de-lear.

Resgatadas do tráfico de animais no início dos anos 2000, Francisco e Maria Clara são dois exemplares dessas aves que, devido aos maus tratos sofridos em cativeiro, não puderam retornar à natureza. Destinados a centros de preservação da espécie, eles foram incumbidos de formar um casal e gerar filhotes para contribuir com a proteção dessas aves ameaçadas de extinção.

O primeiro filhote, Teobaldo, nasceu em 2015 no Zoológico de São Paulo, sendo o primeiro exemplar da espécie a ser reproduzido em cativeiro no Brasil. No entanto, devido à sua incapacidade de sobreviver na natureza, ele herdou a função dos pais e se tornou parte da população “backup”, desempenhando um papel importante na preservação da espécie.

Ao longo dos anos, Francisco e Maria Clara foram responsáveis ​​por gerar 19 descendentes, sendo que apenas cinco deles foram encaminhados para um programa de soltura do governo federal. Essa situação exemplifica os desafios enfrentados pelas espécies da fauna brasileira que são vítimas do tráfico de animais silvestres, mesmo após serem resgatadas.

Para combater esse problema, biólogos atuam na reabilitação e no monitoramento das espécies recuperadas do contrabando, buscando definir a melhor destinação para cada indivíduo. No entanto, o tráfico de fauna é uma atividade comandada por organizações criminosas, que muitas vezes atuam como intermediários no comércio internacional ilícito, causando um impacto devastador na biodiversidade brasileira.

Diante desse cenário preocupante, a Transparência Internacional destaca a importância de ações concretas para combater o tráfico de animais e proteger a fauna brasileira. Entre as medidas recomendadas estão a criação de uma estratégia nacional de combate ao tráfico de fauna, o fortalecimento dos órgãos ambientais e a promoção da transparência e da responsabilização dos traficantes.

O Ibama e outras instituições trabalham em conjunto para conter essa prática criminosa, utilizando sistemas de controle e monitoramento, além de realizar operações de combate ao tráfico de fauna. A conscientização da população também é fundamental para coibir o comércio ilegal de animais silvestres, que representa uma ameaça não apenas para a biodiversidade, mas também para a integridade dos ecossistemas.

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