Servidores federais da área ambiental cumprirão decisão do STJ e retornarão ao trabalho sob multa diária de R$ 200 mil

Os servidores federais da área ambiental, representados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), receberam uma ordem decisiva do Superior Tribunal de Justiça (STJ) nesta sexta-feira (5). O vice-presidente do STJ, ministro Og Fernandes, determinou a suspensão da greve da categoria e o retorno integral às atividades, sob multa diária de R$ 200 mil às entidades sindicais em caso de descumprimento.

A decisão do magistrado foi fundamentada na essencialidade das atividades desempenhadas pelos servidores do Ibama e ICMBio, considerando que tais funções não podem ser interrompidas em nenhum grau. Diante disso, a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) e a Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema) divulgaram uma nota conjunta orientando a realização de assembleias extraordinárias para garantir o cumprimento imediato da determinação.

Embora as entidades sindicais tenham afirmado que recorrerão da decisão, ressaltaram que o cumprimento não implica em aceitação total, deixando claro que apenas as áreas específicas ordenadas pela decisão judicial retomarão as atividades, enquanto os demais servidores permanecerão em greve.

A greve dos servidores ambientais teve início em 1º de julho, motivada pela falta de avanços nas negociações com o governo federal, que argumentou que a paralisação comprometia a gestão ambiental de unidades de conservação essenciais para a proteção do meio ambiente. A AGU também alegou que a greve atingiu unidades em 25 estados e no Distrito Federal, o que justificou o pedido de suspensão pela abusividade do movimento.

A decisão do STJ, embora provisória, ainda não declarou a greve como abusiva, deixando para o relator do tema, ministro Paulo Sérgio Domingues, a análise do mérito da questão. As entidades sindicais reiteraram sua posição de considerar inaceitável a atitude do governo ao solicitar a abusividade da greve, enfatizando a importância do direito constitucional de greve dos servidores.

A luta continua para reabrir as negociações e encontrar um entendimento que atenda às demandas dos servidores ambientais, garantindo a preservação do meio ambiente e o respeito aos direitos trabalhistas.

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