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Osvaldo Rodrigues Cavignato: A vida marcada pela luta pelos trabalhadores e os desafios enfrentados durante o regime militar no Brasil.

Osvaldo Rodrigues Cavignato foi um homem que viveu uma vida intensa e marcante, repleta de desafios e superações. Sua trajetória começou em 1970, aos 24 anos, quando embarcou em uma viagem à França que mudaria sua vida para sempre. O destino final era a Rússia, na então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), onde ele passaria dois anos em um intenso treinamento que incluía aulas de russo, economia, marxismo e leninismo, além de habilidades como manusear um fuzil Kalashnikov e abrir cartas lacradas sem deixar vestígios.

Nesse período, Cavignato adotou o nome de Osmar Ribeiro para apagar seu rastro e evitar a perseguição da ditadura brasileira. Sua filha, Deise, relembra que foi nessa experiência que ele descobriu sua vocação como economista e seu desejo de trabalhar em prol das pessoas.

Nascido em Duartina, no interior de São Paulo, Cavignato começou cedo no mundo do trabalho, aos 13 anos, nas fábricas do ABC. Sua vida foi marcada por momentos difíceis, como o episódio de ser levado ao DOI-Codi, centro de repressão da ditadura, onde ficou sob custódia e tortura por cerca de três meses.

Após superar esses desafios, Cavignato se tornou uma referência na defesa dos direitos trabalhistas, usando a matemática e a economia a favor dos operários nas negociações sindicais. Ele foi responsável por instalar a primeira subsede do Dieese dentro de um sindicato, auxiliando nas negociações, e também trabalhou na Prefeitura de São Bernardo do Campo na década de 2000.

Seu legado continuou vivo mesmo após a sua morte, em 10 de abril, aos 79 anos, em decorrência da doença de Alzheimer. Deixa quatro filhos e netos, além de uma história de luta e dedicação em prol dos mais necessitados. A vida de Osvaldo Rodrigues Cavignato é um exemplo de coragem e determinação que jamais será esquecido.

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