O Icon of the Seas: o maior navio de cruzeiro do mundo levanta polêmica ambiental com seu combustível

O gigante da indústria de cruzeiros, Royal Caribbean, lançou em janeiro o maior navio de cruzeiro do mundo, o Icon of the Seas. Saindo do porto de Miami, nos Estados Unidos, para uma viagem inaugural de sete dias, a embarcação impressiona com seus 18 deques, sete piscinas e mais de 40 restaurantes, bares e lounges, um verdadeiro luxo sobre as águas.

A construção desse monstro marítimo custou US$ 2 bilhões à empresa, que apostou no uso do gás natural liquefeito (GNL) como combustível, defendendo-o como o “combustível marítimo de queima mais limpa existente”. No entanto, a escolha pelo GNL tem sido criticada por ativistas ambientais, que apontam o impacto prejudicial do metano na atmosfera.

Num cenário onde as vendas de passagens para cruzeiros atingiram níveis recordes e a frota de navios aumenta, ativistas como Constance Dijkstra, da ONG Transport & Environment, alertam para o aumento da poluição do ar e dos oceanos. Com a indústria de cruzeiros em expansão, a pressão por práticas mais sustentáveis também cresce.

A pegada ambiental dos cruzeiros é motivo de preocupação, pois um único navio pode consumir até 304.593 litros de combustível por dia, gerando emissões de CO2 e óxidos de enxofre. Além disso, a poluição sonora dos navios e a interferência na vida marinha são problemas apontados por estudos.

Outras companhias, como a Carnival Corporation, apostam no GNL como uma alternativa mais limpa. A empresa pretende reduzir sua pegada de carbono e já conta com nove navios movidos a GNL em operação. No entanto, a discussão sobre os impactos do GNL e a necessidade de abandonar os combustíveis fósseis ainda persistem.

Para superar os desafios ambientais, empresas como a Hurtigruten estão investindo em tecnologias como baterias e velas solares retráteis, buscando navios com emissão zero até 2030. A transição para combustíveis mais verdes, como metanol e amônia, é vista como essencial para a descarbonização da navegação marítima.

Nesse cenário, a indústria de cruzeiros enfrenta o desafio de se tornar mais sustentável e responsável, adotando práticas que garantam um futuro mais limpo e seguro para os oceanos e o meio ambiente como um todo. A corrida pela substituição de combustíveis fósseis por alternativas mais verdes é fundamental para garantir a preservação dos ecossistemas marinhos e mitigar os impactos da indústria de cruzeiros no planeta.

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