Nova audiência para acordo de reparação da Samarco termina sem consenso após duas horas de discussões intensas no TRF-6

A mais recente audiência para a negociação do novo acordo de reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem da Samarco terminou sem acordo entre as partes envolvidas. O encontro, realizado nesta sexta-feira (5) no Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6) em Belo Horizonte, não foi capaz de superar as divergências que persistem há mais de dois anos.

A tragédia que resultou no rompimento da barragem da Samarco já completou quase nove anos, deixando 19 mortos e impactando diversas populações em municípios de Minas Gerais até a foz no Espírito Santo. Atualmente, mais de 85 mil processos tramitam no judiciário brasileiro, incluindo ações civis públicas, coletivas e individuais, todos em busca de soluções para os problemas decorrentes do desastre.

Apesar dos esforços, as partes não conseguiram chegar a um consenso em relação aos valores em discussão. A última proposta apresentada pela Samarco e suas acionistas, Vale e BHP Billiton, prevê a destinação de R$ 82 bilhões em dinheiro ao longo de 20 anos, além de mais R$ 21 bilhões em investimentos através de ações a serem desenvolvidas pelas empresas.

Por outro lado, a União e os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo exigem no mínimo R$ 109 bilhões em dinheiro, com pagamentos distribuídos ao longo de 12 anos. Durante a audiência, no entanto, a discussão sobre os valores não foi o ponto central de atenção, mas sim o monitoramento de áreas contaminadas, que gerou discordâncias entre as partes.

Além das mineradoras e dos governos, instituições como o Ministério Público Federal, o Ministério Público de Minas Gerais, o Ministério Público do Espírito Santo, a Defensoria Pública da União e as defensorias públicas de Minas Gerais e do Espírito Santo também participam das tratativas. Todos buscam um acordo que garanta uma reparação justa e integral às pessoas atingidas e ao meio ambiente afetado.

As negociações seguem em andamento, mantendo-se em sigilo conforme estabelecido no termo de confidencialidade. Embora persistam impasses, o governo de Minas Gerais avalia que houve avanços durante a audiência e que as negociações terão continuidade. A comunidade impactada pela tragédia aguarda por um desfecho que possa reparar de forma justa e integral os danos causados, enquanto as partes envolvidas seguem buscando um consenso.

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