Seminário em Diadema discute práticas de acolhimento de crianças e adolescentes em situação de violação de direitos

Na última quinta-feira (04/07), mais de 200 pessoas se reuniram em Diadema para participar do Seminário de Cuidados Alternativos, realizado pela Secretaria de Assistência Social e Cidadania (SASC) em parceria com o Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cmdca). O objetivo do evento foi iniciar um diálogo sobre práticas de acolhimento de crianças e adolescentes em situação de violação de direitos, conforme determinado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Durante o seminário, a Secretária Márcia Barral, da SASC, destacou a importância de acolher crianças em famílias acolhedoras como uma forma alternativa de proteção e cuidado. Ela ressaltou que Diadema registrou um aumento nas violações de direitos após a pandemia, o que também foi observado em todo o Brasil. Desde o início da gestão, mais medidas foram tomadas para qualificar e diminuir a institucionalização, como a criação de um abrigo e uma Casa de Passagem. Agora, a cidade planeja avançar ainda mais com a implementação das famílias acolhedoras.

O psicólogo Júlio César Vieira Guimarães, que atua na área da Infância e Adolescência há mais de 35 anos, enfatizou que as famílias acolhedoras são uma ferramenta de garantia de direitos prevista no ECA desde 2009. Essas famílias proporcionam um ambiente temporário de acolhimento e proteção enquanto o Estado trabalha para resolver a situação das famílias de origem das crianças e adolescentes.

Durante o evento, a Dra. Mirella de Carvalho Bauzys Monteiro, Promotora de Justiça do MPSP, destacou a preferência legal por famílias acolhedoras estabelecida desde 2009, mas ressaltou que a cultura de institucionalização ainda prevalece em muitas cidades. Ela enfatizou que o cuidado em uma família acolhedora é muito mais benéfico para a criança do que em uma instituição.

A Dra. Jane Valente, pesquisadora da Unicamp com experiência de 27 anos em famílias acolhedoras, destacou a importância das famílias no desenvolvimento das crianças. Ela ressaltou que, apesar das mudanças na estrutura familiar, estar em um ambiente acolhedor faz toda a diferença para o bem-estar e desenvolvimento das crianças.

Para Valquíria Longo, diretora da SASC e presidenta do Cmdca, a implantação das famílias acolhedoras em Diadema será gradual e está prevista para começar em 2025, com o apoio e monitoramento da Secretaria. A expectativa é que a inclusão das famílias acolhedoras melhore significativamente o acolhimento de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade na cidade.

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