Secretaria de Educação no Paraná desconta salários de quase 20 mil professores que participaram de greve legal, gerando polêmica.

A Secretaria de Estado da Educação no Paraná confirmou nesta quarta-feira (3) a realização de descontos nos salários de quase 20 mil professores e funcionários de escolas que participaram da greve realizada no início do mês passado. Além disso, a pasta determinou o afastamento de quatro diretores que aderiram à paralisação.

A greve, que durou apenas três dias, terminou em confusão na Assembleia Legislativa, onde os educadores protestaram contra o projeto do governador Ratinho Junior (PSD) que prevê a transferência da administração das escolas para empresas. Este foi um dos principais motivos que levaram à mobilização dos servidores da educação.

O secretário da Educação, Roni Miranda, afirmou que o governo estadual obteve uma liminar suspendendo a greve e que os servidores não deveriam ter interrompido as atividades. Ele destacou que o sindicato tinha ciência de que estava descumprindo uma ordem judicial e que deveria ter priorizado a questão salarial e de carreira dos professores.

Por outro lado, a presidente da APP-Sindicato, Walkiria Olegário Mazeto, defendeu que a liminar apenas condicionava a realização da greve à apresentação de um plano para manutenção dos serviços, documento que, segundo a entidade, foi entregue à Justiça Estadual. Ela também ressaltou que a luta do sindicato é para que os dias parados sejam repostos e os valores descontados sejam devolvidos, pois a greve é legal e deve ser reconhecida como falta justificada.

Em relação aos diretores afastados, a Secretaria de Educação informou que eles terão direito à defesa em um processo administrativo e podem ser afastados de forma definitiva ao final dessa etapa. O afastamento temporário ocorreu devido ao abandono de trabalho, uma vez que os diretores se ausentaram sem comunicar a chefia imediata.

Além disso, o secretário defendeu um vídeo enviado pela pasta aos pais dos alunos, no qual eram feitos ataques à APP-Sindicato, classificando as mobilizações dos professores como manifestações partidárias e violentas. O Ministério Público abriu uma investigação sobre o caso e parlamentares da oposição na Assembleia Legislativa querem que o secretário preste esclarecimentos em uma audiência na Casa.

Diante desse cenário de conflito entre a Secretaria de Educação, os servidores da educação e o sindicato, a questão dos descontos nos salários e do afastamento dos diretores permanece em discussão, aumentando a tensão e a insatisfação dos envolvidos no processo. O desfecho desse impasse dependerá da mediação entre as partes e do cumprimento das exigências legais estabelecidas.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo