Ipaam aprova compensação ambiental subestimada para projeto de exploração de potássio na Amazônia, gerando polêmica e questionamentos sobre valores.

O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), órgão vinculado ao governo do estado, aprovou uma compensação ambiental considerada subestimada para um grande projeto de exploração de potássio na Amazônia. Apesar de apontar o grau máximo de impacto ambiental, o órgão validou um valor de compensação que não condiz com o porte do empreendimento.

De acordo com documentos obtidos pela imprensa, o Ipaam aprovou um valor de referência de investimentos de R$ 7 bilhões apresentado pela empresa Potássio do Brasil. Com base nesse montante, a compensação ambiental foi calculada em R$ 35 milhões, considerando o grau máximo de impacto ambiental de 0,5%.

No entanto, a empresa em questão divulgou que os investimentos reais previstos são de R$ 13 bilhões, um valor significativamente superior ao utilizado no cálculo da compensação. O governo do Amazonas, através do governador Wilson Lima, também corroborou essa informação.

Diante disso, a compensação ambiental a ser paga deveria ser de R$ 65 milhões, o que representa um acréscimo de R$ 30 milhões em relação ao valor aprovado pelo Ipaam. O governo estadual informou que o órgão ainda não calculou a compensação e que o custo do empreendimento será atualizado.

A questão da compensação ambiental é relevante, pois se trata de uma obrigação prevista em legislação para empreendimentos de grande impacto. Os recursos arrecadados devem ser destinados à conservação ambiental, mas no caso em questão, o valor aprovado para a compensação parece ser insuficiente diante do real impacto do projeto.

O Ministério Público Federal no Amazonas solicitou a suspensão das licenças concedidas para o projeto, alegando riscos ambientais, como a salinização de corpos d’água. O empreendimento, que prevê a geração de 78 milhões de metros cúbicos de rejeitos, enfrenta resistência devido à sua magnitude e impacto potencial na região.

O embate entre órgãos governamentais, autoridades locais e ambientalistas evidencia a complexidade e sensibilidade envolvidas na exploração de recursos naturais na Amazônia. A busca por um equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental é um desafio cada vez mais presente na pauta ambiental do país.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo