Reunião de cúpula do Mercosul destaca ingresso pleno da Bolívia e possíveis acordos comerciais em pauta, com ausência do presidente argentino.

A próxima reunião de cúpula do Mercosul, agendada para segunda-feira (8) em Assunção, trará como destaque a entrada plena da Bolívia no bloco comercial. O anúncio se dará após a aprovação nos parlamentos dos países-membros, incluindo o da Bolívia. A secretária para a América Latina e Caribe do Itamaraty, Gisela Padovan, enfatizou que o Senado boliviano deve aprovar a entrada do país no Mercosul ainda nesta tarde, o que será o último passo para o anúncio ser oficializado durante a cúpula.

Com a inclusão da Bolívia, o Mercosul contará com seis membros efetivos, apesar da suspensão da Venezuela. A expectativa é de que a entrada da Bolívia seja o principal tema da reunião entre presidentes do bloco. Após ingressar plenamente, a Bolívia terá quatro anos para cumprir todas as exigências comerciais e democráticas estabelecidas pelo Mercosul.

O governo brasileiro expressou solidariedade ao presidente boliviano Luis Arce, condenando qualquer tentativa de golpe, como ocorrido recentemente no país. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva planeja visitar a Bolívia após a cúpula do Mercosul, para reforçar o apoio ao governo do país vizinho e discutir questões de fronteira, migração e segurança, especialmente no combate ao narcotráfico.

Durante a reunião, serão assinados acordos para ampliar o fomento à produção cinematográfica, além de colaborar na prevenção e combate a desastres naturais. Um novo comitê será criado para identificar quais obstáculos dificultam o comércio entre os países membros do bloco.

No entanto, a ausência do presidente argentino Javier Milei na cúpula foi uma surpresa, sendo a primeira vez que um chefe de Estado opta por não participar do encontro. Apesar disso, o Itamaraty destacou que a substância da reunião não será afetada, devido à maturidade do Mercosul. Milei planeja comparecer a uma conferência política em Santa Catarina, onde provavelmente se encontrará com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ataques recentes de Milei a Lula pelas redes sociais não foram comentados pelos representantes do Itamaraty.

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