Processos seletivos pouco transparentes e falta de capacitação: lideranças em secretarias estaduais são escolhidas sem avaliação de desempenho.

No Brasil, as secretarias estaduais de Saúde, Gestão e Educação enfrentam desafios na escolha de suas lideranças, segundo um estudo realizado pelo Insper e pela parceria Vamos. Os processos seletivos para cargos de chefia nessas pastas são pouco transparentes, com falta de capacitação e sem avaliação de desempenho durante a gestão.

De acordo com a pesquisa, 77% das secretarias têm carência de métodos eficazes para gestão de pessoas em cargos de liderança, o que é em grande parte influenciado pela política na escolha dos dirigentes. A falta de diversidade também é uma questão preocupante, com baixa representatividade de pessoas negras e mulheres nos cargos de chefia das secretarias.

Minas Gerais se destaca como o único estado com um nível avançado na gestão de lideranças, graças a programas como o Transforma Minas, que oferece processos seletivos para cargos de alto escalão. São Paulo e Rio Grande do Sul seguem no nível intermediário, demonstrando que há espaço para melhorias nas demais regiões do país.

Os especialistas destacam que no Brasil, aspectos políticos muitas vezes prevalecem sobre competências técnicas na escolha de líderes, o que impacta diretamente na gestão eficaz das secretarias. Chefias são selecionadas principalmente para compor governos de coalizão, em vez de serem escolhidas com base em experiência na área.

Para resolver esses problemas, os pesquisadores sugerem a implementação do Sistema de Alta Direção Pública, que estabelece critérios claros para a nomeação de chefias no setor público. Esse sistema engloba táticas para atrair candidatos qualificados, avaliação de desempenho para líderes e estratégias para sucessão em caso de término do mandato de um gestor.

No entanto, a falta de políticas eficazes na pré-seleção de líderes pode comprometer todo o ciclo de gestão de pessoas, segundo os especialistas. Além disso, a capacitação e desenvolvimento de lideranças são desafios para as secretarias, devido à falta de estrutura nas escolas de governo e ao baixo investimento nessa área.

É fundamental que as secretarias estaduais invistam na capacitação e diversificação de suas lideranças, priorizando critérios técnicos e de meritocracia na seleção dos dirigentes. A implementação de práticas mais transparentes e eficazes de gestão de pessoas pode contribuir significativamente para a melhoria da administração pública no país.

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