Internações involuntárias de usuários de drogas dispararam em São Paulo após mudança na política de combate a entorpecentes

Recentemente, em São Paulo, a mudança na política de combate às drogas implementada pela gestão de Tarcísio de Freitas tem gerado controvérsias e preocupações. Após a ampliação da disponibilidade de leitos psiquiátricos, as internações involuntárias de usuários de drogas dispararam na capital paulista.

Antes dessa mudança de abordagem, as internações involuntárias eram raras, abrindo espaço para tratamentos ambulatoriais. No entanto, desde então, ao menos 418 casos de internações involuntárias foram registrados, representando um aumento significativo nesse procedimento.

Em comparação com o ano anterior, o número de internações involuntárias aumentou drasticamente, passando de 11 registros em junho do ano anterior para 31 no mesmo mês deste ano. Não foram disponibilizados dados sobre internações involuntárias anteriores a essa mudança na política.

As internações involuntárias diferem das voluntárias, uma vez que ocorrem quando é atestada a incapacidade do paciente de decidir sobre o tratamento devido ao alto nível de intoxicação. Nesses casos, um familiar ou agente de saúde pode solicitar a internação por escrito, com a validação de um psiquiatra.

Além disso, surgiram denúncias de agressões contra pacientes em unidades de saúde que atendem à cracolândia, no centro da cidade. Ex-funcionários do Hub de Cuidados em Crack e outras Drogas relataram casos de agressões físicas e ameaças aos pacientes.

Apesar do aumento nas internações, o tempo de permanência dos dependentes químicos nos estabelecimentos de saúde tem diminuído consideravelmente. Isso tem gerado preocupações sobre a eficácia dos tratamentos oferecidos e o impacto dessa política na reintegração dos usuários à sociedade.

Profissionais de saúde mental têm se manifestado contra essa política, denunciando internações forçadas e práticas controversas na cracolândia. A prefeitura e o governo estadual têm respondido de formas distintas a essas acusações, o que levanta questões sobre a efetividade e ética das ações realizadas nesse contexto.

Diante desse cenário, é essencial que o debate em torno das políticas de combate às drogas seja ampliado e que os direitos e a integridade dos usuários sejam assegurados. A transparência e a fiscalização dessas práticas são fundamentais para garantir que as medidas adotadas tenham resultados positivos e respeitem os princípios éticos e de direitos humanos.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo