O desembargador negou as acusações em entrevista à Folha, enquanto Almeida Júnior se recusou a prestar declarações. O advogado que representa Almeida afirmou que as acusações são falsas e que a inocência do desembargador será comprovada.
De acordo com a representação da PGR, o desembargador teria negociado decisões judiciais favoráveis em troca de propina, em colaboração com Valmi Lacerda Sampaio e Wilson Vital de Menezes Junior, que serviam como intermediadores. Um dos advogados envolvidos também teria feito um depósito de R$ 65 mil em uma conta da qual Almeida Júnior é sócio, no mesmo dia em que solicitou a revogação da prisão de seus clientes.
A investigação aponta ainda que Almeida Júnior teria vendido um apartamento para a esposa de um dos intermediadores, em uma transação imobiliária suspeita. O advogado do desembargador alega desconhecer os fatos e enfatiza que Almeida Júnior é apenas um dos seis sócios da empresa.
A operação Churrascada recebeu esse nome devido ao uso da palavra “churrasco” como código para indicar o dia do plantão de Almeida na 1ª Câmara Criminal. Em entrevista por WhatsApp à Folha, o desembargador afirmou estar surpreso com as acusações e negou qualquer envolvimento familiar nos crimes. Sua defesa alega dificuldade em acessar as denúncias feitas pela Procuradoria, dificultando o exercício efetivo da defesa.