Da mesma forma, outras ocasiões ao longo do ano também servem como ganchos para pautas específicas. No mês de junho, por exemplo, a diversidade foi o foco, com o dia 28 marcado como o dia do orgulho LGBT+. Em diversos países, a comunidade LGBT+ saiu às ruas em marchas e eventos em celebração e luta por direitos.
Após o término do mês da diversidade, as bandeiras coloridas dão lugar ao cinza cotidiano, mas a realidade das pessoas LGBT+ persiste, independentemente do momento. É fundamental que essas questões sejam acompanhadas de perto de forma contínua, sem depender de ganchos sazonais.
Recentemente, uma reportagem realizada para a Rádio BandNews FM revelou que as doações recebidas pela Casa 1, centro de acolhimento em São Paulo para pessoas LGBT+, no mês de junho deste ano, foram significativamente menores se comparadas ao ano anterior. Organizações que trabalham em defesa da comunidade trans também relataram dificuldades no diálogo com empresas que antes se engajavam em ações de equidade e direitos humanos.
Enquanto eventos ligados à agenda ESG (ambiental, social e governança) continuam em alta, é importante observar quem de fato está sendo beneficiado e representado nesses encontros. A falta de apoio da iniciativa privada e dos governos, principalmente em anos eleitorais, tem gerado preocupação entre os diferentes setores da comunidade LGBT+.
A sensação é de que, em 2024, a diversidade acabou perdendo um pouco de espaço e relevância nos debates públicos. Diante desse cenário, a importância de se manter um olhar crítico e atento sobre as questões que envolvem a comunidade LGBT+ se torna ainda mais evidente, independentemente da presença de ganchos midiáticos sazonais.