Fundado em 1830, o Terreiro da Casa Branca tem uma história marcada pela resistência e luta contra preconceitos. O tombamento como patrimônio cultural nacional em 1984 foi um marco, rompendo com uma perspectiva colonial e eurocêntrica da elite branca. O reconhecimento do Iphan valorizou não apenas a Casa Branca, mas também outros importantes terreiros, como o Gantois e o Ilê Axé Opô Afonjá.
Apesar da proteção legal, o templo histórico enfrenta desafios constantes, como denúncias de invasão de território. Recentemente, a Justiça Federal determinou a demolição de parte de uma construção irregular dentro dos domínios da Casa Branca, mas a ordem foi descumprida. A prefeitura entrou com uma ação para resolver o problema de forma compulsória.
Mesmo diante dos percalços, a comunidade do terreiro celebra os 40 anos do tombamento como um marco histórico de resistência e enfrentamento. Um documentário intitulado “O Corpo da Terra” destaca a importância dos terreiros de candomblé como precursores da arquitetura afro-brasileira e do ativismo ambiental.
Para o presidente do Iphan, Leandro Grass, o tombamento da Casa Branca inaugurou uma nova fase de valorização do patrimônio cultural no país. O superintendente do órgão na Bahia, Hermano Guanais e Queiroz, enfatiza a importância desse processo para identificar e valorizar as expressões culturais das comunidades afrodescendentes.