Atualmente, aos 40 anos de idade, Chirlene trabalha como diarista e também faz parte da direção da Fenatrad, a Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas. Ela aguarda com ansiedade a chegada do projeto da Política Nacional de Cuidados ao Congresso Nacional, prevista para quarta-feira (3), que visa garantir políticas públicas e direitos para aqueles que atuam no serviço remunerado ou voluntário de cuidados.
O projeto de lei elaborado por um grupo de trabalho de 20 ministérios e que será assinado pelo presidente Lula busca promover mudanças para uma divisão mais igualitária do trabalho de cuidados, reconhecendo a importância da corresponsabilização social e de gênero nas tarefas de cuidado. O documento determina o cuidado como um direito a ser implementado progressivamente, com foco em públicos prioritários como crianças, idosos, pessoas com deficiência, além dos trabalhadores remunerados e não remunerados.
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, ressalta a importância de diminuir a sobrecarga das mulheres no trabalho de cuidados, destacando a necessidade de uma divisão mais equitativa das demandas de cuidado entre homens e mulheres. A implementação efetiva dessa política é essencial para garantir os direitos e proteção das trabalhadoras domésticas, como defende Chirlene Brito, que espera que a fiscalização seja aperfeiçoada para coibir violências e abusos no ambiente doméstico. A luta para eliminar o “trabalho escravo doméstico”, remunerado ou não, no país é um dos objetivos desse projeto.