Na última sexta-feira, o plenário do TCE decidiu por unanimidade que os procedimentos adotados na negociação dos trens estão regulares. Com o acordo, o governo de Mato Grosso receberá R$ 793,7 milhões pelos trens, que serão utilizados para terminar a obra do BRT e adquirir ônibus para a operação do sistema. A previsão é que os pagamentos sejam feitos em quatro parcelas anuais, com a primeira em dezembro.
O valor recebido pelo governo baiano custeará as obras do sistema, a compra dos ônibus e permitirá outros investimentos. Além disso, o acordo envolveu a extinção de ações judiciais entre o consórcio e o governo mato-grossense. A assinatura do contrato deve acontecer na próxima semana, após os últimos ajustes serem finalizados na sede do TCU, que mediou as negociações.
Em meio a esse desfecho, o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, expressou seu descontentamento com a venda dos trens para a Bahia, afirmando que os vagões pertencem à população local e que a negociação foi uma “punhalada pelas costas”. Enquanto isso, os vagões passarão por um processo de restabelecimento técnico na fábrica da CAF em Hortolândia, interior de São Paulo, antes de serem transportados para a Bahia.
Com o VLT de Cuiabá encerrado e o projeto transformado em BRT, a história do modal de transporte na capital mato-grossense marca uma década de desafios, gastos milionários e fracassos. A venda dos trens para a Bahia representa um desfecho para uma longa novela que teve seu capítulo final escrito no TCE da Bahia.