Especulações sobre autonomia do BC geram pressão cambial, enquanto Ibovespa se mantém estável na marca dos 125 mil pontos

Em meio à pressão no câmbio que levou o dólar a alcançar R$ 5,70 na máxima desta terça-feira, o Ibovespa conseguiu se manter acima dos 125 mil pontos, atingindo o maior nível desde 22 de maio, quando chegou a 125.650,03 pontos. Apesar das turbulências, o índice da B3 oscilou ao longo do dia e fechou com um leve ganho de 0,06%, chegando aos 124.787,08 pontos, em um momento de intensa volatilidade no mercado financeiro.

A alta do dólar foi tema de discussão entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Lula acusou Campos Neto de ter viés político e questionou sua permanência à frente da instituição, gerando incertezas no mercado financeiro. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, também fez críticas ao presidente do BC, atribuindo a ele a responsabilidade por um suposto ataque especulativo ao real.

Por outro lado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, buscou tranquilizar o mercado, afirmando que o governo não planeja intervir no câmbio. Haddad ressaltou a importância da comunicação sobre a autonomia do Banco Central e o arcabouço fiscal para garantir a estabilidade econômica. No entanto, as declarações políticas contrárias à autonomia do BC têm aumentado a desconfiança dos investidores, refletindo na instabilidade do mercado.

Na B3, as ações da Petrobras tiveram um desempenho misto, com leve alta para as ON e queda para as PN. Já os grandes bancos operaram majoritariamente em alta, com destaque para o Itaú. PetroReconcavo, BRF e Minerva foram os destaques positivos do dia, enquanto CVC, Cogna e São Martinho tiveram as maiores quedas.

No cenário internacional, o minério de ferro se manteve em alta na China, enquanto o preço do petróleo teve uma queda, mas permanece próximo da máxima em dois meses. A estabilidade dos setores de metais e energia tem sido um contraponto à volatilidade financeira, proporcionando alguma segurança aos investidores em meio às incertezas políticas e fiscais.

Apesar das oscilações e da falta de medidas concretas por parte do governo, os investidores seguem atentos ao cenário econômico e político, em um momento em que a instabilidade tem sido uma constante nos mercados globais. O feriado de 4 de julho nos Estados Unidos também deve impactar o volume de negociações na B3 nas próximas sessões, promovendo um cenário de menor liquidez.

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