Desembargador afastado por suspeita de venda de sentenças se diz perplexo com denúncias da PGR em São Paulo

O desembargador Ivo de Almeida, de 66 anos, foi afastado do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) após suspeitas de envolvimento em esquemas de venda de sentenças. As denúncias, feitas pela Procuradoria Geral da República, deixaram o magistrado perplexo. Em conversa por WhatsApp, Almeida afirmou estar buscando entender toda a situação, ressaltando que desconhece seu envolvimento ou o de seus familiares nos crimes em questão.

Almeida é um dos alvos da operação Churrascada da Polícia Federal, que investiga esquemas de corrupção no judiciário. O desembargador, lotado na 1ª Câmara Criminal, contava com a ajuda de intermediadores para negociar decisões judiciais com advogados de criminosos. Uma das tratativas envolvia um pagamento de R$ 1 milhão para beneficiar um narcotraficante ligado a Fernandinho Beira-Mar.

Após a divulgação da operação, o Superior Tribunal de Justiça afastou Almeida por um ano. Embora tenha sido pedida a sua prisão preventiva, a Procuradoria se opôs à solicitação. O relatório da PGR aponta ainda para indícios de prática de rachadinha no gabinete do desembargador, com depósitos em dinheiro que coincidiam com os vencimentos de seus cartões de crédito.

Outro episódio relatado na investigação envolve a possível negociação durante a missa de sétimo dia de um intermediário falecido. Uma parte interessada em obter um habeas corpus para um condenado por roubo e furto teria negociado com Almeida, mas a família do preso não conseguiu reunir a quantia acordada.

Os desdobramentos dessas investigações ainda estão em curso, e Almeida tem sido orientado por seu advogado, Átila Machado. O magistrado enfrenta agora o desafio de esclarecer as acusações que pesam contra ele, em um caso que tem gerado repercussão no meio jurídico e na sociedade.

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