O processo de revisão contou com ajustes realizados pela prefeitura e pela Comissão de Política Urbana da Câmara, tornando aplicáveis as alterações aprovadas no Plano Diretor, revisado em 2023. Entre as mudanças, estão critérios para aplicação do incentivo ao mercado imobiliário, como o aumento da área construída em perímetros estratégicos da cidade, chamados de ZEU (Zona Eixo de Estruturação Urbana).
Um dos pontos discutidos foi a possibilidade de quadras que contenham bens públicos ou imóveis tombados pelo órgão municipal de preservação do patrimônio se tornarem ZEUs, desde que não sejam integralmente tombadas. Além disso, a nova legislação possibilita a aplicação do zoneamento em quadras com vegetação nativa ocupando menos da metade da área, exceto em zonas de proteção ambiental.
A revisão também abrange regras para construções em áreas de várzea dos rios da cidade, permitindo a construção de edifícios com garagens em solo com perigo de afundamento, desde que sejam apresentadas soluções técnicas para o rebaixamento do lençol freático. Patrícia Sepe, geóloga da prefeitura, ressaltou que as soluções de engenharia não eliminam os riscos por completo.
No entanto, a oposição ao governo criticou a retomada das discussões sobre o zoneamento e a concentração de votações importantes na última sessão antes do recesso parlamentar. O vereador Celso Giannazi (PSOL) afirmou que a Câmara de São Paulo tem sido palco de retrocessos e acusou o prefeito de encaminhar um mapa errado, caracterizando a situação como uma “pegadinha”. A pressa na aprovação das mudanças também foi questionada pelos opositores.