Repórter São Paulo – SP – Brasil

Seca na Amazônia em 2024 preocupa autoridades: chuvas abaixo da média e previsão de temperaturas elevadas exigem medidas preventivas.

Preocupação com a estiagem na Amazônia em 2024

O cenário de chuvas abaixo da média e as previsões de temperaturas acima da normalidade na região amazônica estão gerando preocupação nas autoridades em relação ao período de estiagem previsto para 2024. O Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) emitiu um alerta aos órgãos de defesa civil para a necessidade de adotar medidas preventivas e de assistência às populações afetadas.

De acordo com o analista do Censipam, Flavio Altieri, os estudos indicam que este ano a seca na região pode ser muito semelhante à do ano anterior. Fenômenos como o El Niño e o aquecimento dos oceanos Atlântico Norte e Sul estão interferindo na quantidade de chuvas na Amazônia.

O Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico mostrou um déficit de 27% nos volumes de chuvas nos últimos 12 meses até abril deste ano. Segundo Alan Vaz Lopes, superintendente de Operações de Eventos Críticos, a diminuição das chuvas pode afetar diretamente os níveis de água e a vazão dos rios amazônicos.

Especialistas alertam que a seca severa pode impactar a navegabilidade dos rios, afetando principalmente as populações mais isoladas que dependem do transporte fluvial para adquirir materiais de consumo. Além disso, a economia da região, que movimenta grande parte de suas cargas por hidrovias, poderá enfrentar problemas devido à diminuição do nível dos rios.

Outro setor sensível à estiagem é o abastecimento de energia, uma vez que a região amazônica possui usinas hidrelétricas responsáveis por uma parcela significativa do consumo nacional. Embora outras formas de geração de energia possam suprir uma eventual interrupção, o remanejamento ainda causa impactos para o país.

É importante ressaltar que a seca na Amazônia acontece de forma desigual, com o ápice previsto para os meses de setembro e novembro. Até o momento, não há indicativos de preocupação grave com o abastecimento energético, mas é necessário um planejamento preventivo em termos de abastecimento de alimentos e água potável para as comunidades mais isoladas. A região conta com 164 pontos de captação de águas superficiais, que também podem ser afetados pela seca severa.

Diante desse cenário, é crucial que as autoridades estejam atentas e adotem medidas para minimizar os impactos da estiagem na Amazônia e garantir a segurança e o bem-estar das populações locais.

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