Licenciamento de maior termelétrica do Brasil gera polêmica em Caçapava e será debatido em audiências públicas na próxima semana.

A polêmica envolvendo a instalação de uma usina termelétrica em Caçapava, no Vale do Paraíba, tem gerado protestos e debates acalorados entre moradores, políticos e ambientalistas da região. O projeto da Usina Termelétrica São Paulo, com potência de 1.743,8 MW movida a gás natural, foi anunciado em 2022 pela empresa Natural Energia, com a justificativa de complementar a matriz energética renovável do Brasil.

No entanto, a resistência local tem crescido devido aos impactos ambientais que a usina poderia gerar, como a emissão de poluentes e o consumo de água em uma região já afetada pelo estresse hídrico. Além disso, há preocupações sobre o uso de combustíveis fósseis em meio a uma emergência global de mudanças climáticas.

Diante da controvérsia, audiências públicas foram marcadas para os dias 2 e 4 de julho, como parte do processo de licenciamento ambiental. A empresa Natural Energia se defende das críticas, afirmando que as projeções de emissões de poluentes e consumo de água são superdimensionadas, uma vez que a usina operaria em capacidade máxima apenas 30 dias por ano ao longo de sua vida útil.

O presidente da Natural Energia, Ricardo Martins, ressalta a importância de termelétricas para suprir a demanda energética em momentos de baixa geração solar e eólica. Ele ainda defende que a empresa tem planos futuros de migrar para combustíveis mais limpos, como o biometano, e de compensar suas emissões.

Apesar disso, opositores do projeto, como a vereadora Dandara Gisson, tentarão suspender o processo na Justiça, argumentando que a localização da usina e a falta de dispersão atmosférica no Vale do Paraíba podem trazer danos ambientais e à saúde da população. A questão da segurança energética nacional também é levantada, com a empresa defendendo que a usina próxima ao maior mercado consumidor do país ampliaria a garantia de abastecimento em um cenário de eletrificação da economia.

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