Gilmar Mendes inicia comissão de conciliação sobre marco temporal para demarcação de terras indígenas no STF em agosto.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tomou uma importante decisão relativa às questões envolvendo o marco temporal para demarcação de terras indígenas. Ele determinou que a comissão de conciliação, responsável por tratar dessas ações, terá início no dia 5 de agosto e se estenderá até 18 de dezembro deste ano.

A decisão de Mendes veio após ele negar um pedido para suspender a deliberação do Congresso que validou o marco temporal. O ministro destacou a importância de discutir a questão através de audiências de conciliação, onde representantes do Congresso, entidades que protegem os indígenas, e diversos outros setores terão voz ativa.

A composição da comissão foi estabelecida por Mendes, garantindo que a Articulação dos Povos Indígenas (Apib) terá seis representantes, a Câmara dos Deputados e o Senado terão três membros cada, e o governo federal terá quatro representantes indicados por diferentes órgãos. A participação de estados, municípios e outras entidades também foi especificada.

O ministro Gilmar Mendes é relator de ações que buscam manter a validade do projeto de lei que reconheceu o marco temporal, assim como de processos que contestam a constitucionalidade dessa tese. A tese do marco temporal estabelece que os indígenas só têm direito às terras que estavam em sua posse até a data da promulgação da Constituição Federal em 1988.

A decisão do Congresso Nacional de derrubar o veto do presidente Lula ao projeto de lei que validou o marco temporal gerou polêmica, visto que o Supremo Tribunal Federal já havia decidido contra essa tese. Essa divergência foi fundamental para justificar o veto presidencial. Com as audiências de conciliação programadas, espera-se que as partes envolvidas possam dialogar e encontrar uma solução para essa questão tão complexa e delicada.

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