Alta das bolsas internacionais estimula Ibovespa no primeiro dia de julho após pior queda semestral em quatro anos.

O Ibovespa teve um início de mês e de semestre promissor, impulsionado pela alta das bolsas internacionais e das commodities. Após registrar a pior queda semestral em quatro anos, o principal índice da B3 fechou a última sexta-feira em baixa, porém, no acumulado do mês apresentou um avanço de 1,48%. No entanto, de janeiro a junho, o índice amargou uma queda de 7,66%.

Para os investidores, o cenário é de recuperação, mas ainda instável. Segundo Marlon Glaciano, planejador financeiro e especialista em finanças, o movimento positivo do Ibovespa nesta manhã não indica necessariamente uma tendência, pois a falta de um reequilíbrio fiscal no país gera incertezas. O mercado continua sensível a possíveis ruídos políticos e a falta de um posicionamento claro do governo em relação aos cortes de gastos.

Além disso, o aumento das projeções de inflação e câmbio para os próximos anos preocupa os investidores. A mediana das projeções para o IPCA em 2024 subiu 1 ponto percentual acima do centro da meta, chegando a 4%. Já para 2025, a estimativa é de 3,87%. Todo este cenário de incertezas políticas e econômicas no Brasil limita a alta do Ibovespa, que também é influenciado pelos juros futuros e pelos rendimentos dos Treasuries nos Estados Unidos.

Enquanto isso, no cenário internacional, as bolsas europeias apresentam ganhos após o primeiro turno das eleições parlamentares da França e dados positivos do PMI. Nos Estados Unidos, os investidores aguardam a divulgação do payroll e discursos dos presidentes do Federal Reserve (Fed), do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco Central do Brasil. A expectativa é que estes eventos possam influenciar os próximos passos da política monetária em diversas economias.

Com isso, o Ibovespa registrou alta no início da sessão desta segunda-feira, alcançando os 124.462,42 pontos. Porém, a volatilidade ainda é grande, com o índice oscilando entre alta e baixa durante o dia. As ações de primeira linha tentam se destacar, mas o cenário de instabilidade fiscal e política no Brasil limita o potencial de crescimento do mercado acionário.

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