Comparado com as propostas de redução de desmatamento em outros biomas, a inclusão dos manguezais amazônicos no programa Redd+ pode reduzir até três vezes mais as emissões de gases estufa do que a redução de desmatamento em áreas florestadas do mesmo bioma. Isso se deve ao fato de que os manguezais têm um estoque de carbono cerca de quatro vezes maior do que a floresta amazônica, principalmente no solo.
Angelo Bernardino, professor da Ufes e autor do estudo, ressalta a importância de incluir os manguezais no plano nacional de mitigação de gases de efeito estufa. Segundo ele, a preservação dos manguezais pode ser muito mais eficaz do que a da floresta, considerando o sequestro de carbono e a redução de emissões.
O estudo identificou 190 locais de manguezais na costa amazônica e mensurou o total de carbono em diferentes tipos hidrológicos. Os manguezais se destacam por armazenar a maior parte do carbono no solo, o que contribui para a preservação desse importante ecossistema.
Recentemente, o governo federal anunciou o Programa Nacional de Conservação e Uso Sustentável dos Manguezais do Brasil, visando proteger mais áreas de manguezais. Apesar de serem os mais extensos e bem preservados do mundo, os manguezais amazônicos carecem de políticas públicas específicas de preservação.
Espera-se que com os dados e informações apresentados no estudo, a importância dos manguezais como serviços ecossistêmicos seja valorizada, não apenas como estoque de carbono, mas também como locais de pesca, habitação e preservação da biodiversidade na região amazônica. A preservação dos manguezais se mostra fundamental não apenas para a manutenção desse ecossistema, mas também para a redução das emissões de gases de efeito estufa a nível global.
