O juiz responsável por revisar o pedido de prisão de Saicali foi Márcio Muniz da Silva Carvalho, da 10ª Vara Federal Criminal, do Rio de Janeiro. Após a defesa da ex-executiva informar que ela retornaria ao Brasil, a ordem de detenção preventiva foi substituída por uma medida cautelar.
Saicali estava em Portugal desde o último dia 15 e já tinha um voo marcado para retornar ao Brasil em 5 de julho. A defesa alegou que a reserva foi feita no dia seguinte à decretação da prisão preventiva, sem justificar a mudança na data original de retorno (prevista para 26 de junho).
A ex-diretora da Americanas entrou na varejista em 1997 e ocupou diversos cargos de liderança, incluindo a presidência do Conselho de Administração e a diretoria da AME, a plataforma fintech da empresa. Ela foi afastada das funções em fevereiro do ano passado, após a divulgação do rombo bilionário pela empresa.
Um comunicado emitido pela Americanas em junho de 2023 apontava fraude nas demonstrações financeiras da empresa, com a participação de Saicali e do ex-CEO Miguel Gutierrez no esquema. A denúncia do Ministério Público Federal do Rio indicou práticas de fraude contábil, lavagem de dinheiro e manipulação de mercado.
Os advogados de Gutierrez afirmaram que ele nunca participou de fraudes e está colaborando com as autoridades. Eles destacaram que ele poderá exercer sua defesa diante das acusações. Já Saicali optou pelo silêncio ao ser convocada para prestar depoimento na CPI da Câmara dos Deputados.
A história continua a se desenrolar, com a chegada de Saicali ao Brasil e sua entrega do passaporte à Polícia Federal. Os desdobramentos desse caso complexo certamente continuarão sendo acompanhados de perto pelos meios de comunicação e pela opinião pública.
