O economista da Equifax BoaVista, Flávio Calife, destaca que essa estabilidade reflete a melhora observada nos fatores condicionantes, como os números de emprego e juros. Ele ressalta que essa tendência de melhora parece ter chegado ao fim após um longo período de recuos mensais de inadimplentes, devido à estabilidade no mercado de trabalho e ao fim das quedas nos juros.
Analisando os dados originais, foi observado um aumento de 0,85% nos registros de inadimplência em maio em comparação ao mesmo período do ano anterior, após uma alta de 2,45% em abril. No acumulado de 12 meses, o crescimento dos registros de inadimplentes desacelerou de 1,4% em abril para 0,8% em maio de 2024.
Por outro lado, o Indicador de Recuperação de Crédito da Equifax BoaVista teve uma queda de 0,77% em maio em comparação ao mês anterior, após ajuste sazonal. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, o indicador caiu 1,86% e, no acumulado de 12 meses, a recuperação de crédito desacelerou de 18,5% em abril para 17,4% em maio.
Segundo Calife, a recuperação de crédito vinha evoluindo nos últimos meses devido à melhora das condições financeiras do consumidor, como o aumento da renda real e a redução do endividamento e juros, além das renegociações de dívidas proporcionadas pelo programa Desenrola. No entanto, esses fatores estão perdendo importância e começando a afetar a capacidade dos consumidores de pagar suas dívidas em atraso.