A escolha da rua para receber o nome da ativista tem um motivo especial, visto que foi o local onde o Ferro’s Bar, marco histórico do movimento lésbico no Brasil, estava localizado. Rosely Roth foi uma das lideranças da invasão ao bar em 1983, tornando-se uma figura pública importante para as mulheres homossexuais durante os anos 1980.
A proposta de mudança de nome ainda deve passar por uma plenária de movimentos lésbicos ligados ao mandato do Quilombo Periférico antes de ser protocolada na Câmara Municipal. O objetivo é coletar assinaturas favoráveis durante os meses de julho e agosto, coincidindo com o mês do orgulho lésbico, em comemoração à ocupação histórica do Ferro’s Bar.
Além disso, a mobilização busca o reconhecimento do Ferro’s Bar como um local de memória histórica da cidade, sendo o primeiro a receber uma placa azul por sua importância na luta contra a ditadura militar. A ativista Rosely Roth, que foi peça fundamental nesse movimento, foi lembrada por sua energia, sagacidade e inteligência, que garantiram que as vozes das mulheres homossexuais fossem ouvidas.
Porém, o peso desse protagonismo impactou a saúde mental de Rosely, que se afastou do movimento e das pessoas próximas, e acabou falecendo em 1990 no Rio de Janeiro. Atualmente, o coletivo LGBTQIA+ judaico Gaavah está empenhado em resgatar e preservar a memória da ativista, abrindo uma campanha para colocar uma lápide em seu túmulo no cemitério judaico de Vila Rosali, em São João de Meriti. Enquanto aguarda o reconhecimento póstumo, a luta pela visibilidade e memória de Rosely Roth continua, sendo um exemplo de resistência e luta pelos direitos das minorias.