A tuberculose é uma doença altamente contagiosa e, em ambientes precários como a cracolândia, torna-se ainda mais perigosa. De acordo com o infectologista Bruno Ishigami, a tuberculose é a principal causa de mortalidade em pessoas vivendo com HIV. A situação na cracolândia é tão preocupante que os guardas-civis municipais que atuam na região foram orientados a usar máscaras e luvas de proteção devido ao contato direto com usuários de drogas e objetos contaminados.
Recentemente, o SindGuardas comunicou à gestão municipal sobre o adoecimento de 11 agentes que atuam na cracolândia, mencionando doenças respiratórias, incluindo a tuberculose. No entanto, a prefeitura nega a existência de um surto da doença na região, ressaltando que a busca ativa por sintomáticos respiratórios é um procedimento rotineiro realizado em diversos grupos de risco, como a população em situação de rua.
O infectologista Ishigami destacou a importância de acompanhar de perto os casos identificados e enfatizou a necessidade de isolamento social durante o tratamento da tuberculose. Ele ressaltou que a cracolândia é um ambiente propício para a disseminação da doença, destacando a importância de monitorar de perto todos os casos identificados. O aumento no número de casos notificados indica, segundo o doutor em infectologia Helio Bacha, que o monitoramento está funcionando e que a intensificação das ações de busca ativa tem contribuído para identificar os casos precocemente.
A Secretaria Municipal da Saúde destacou que o aumento no número de casos de tuberculose pode estar relacionado ao aumento da procura por atendimento após o fim da pandemia de Covid-19, bem como às ações intensificadas de busca ativa realizadas pelos profissionais de saúde da rede municipal. A situação na cracolândia evidencia a importância de políticas públicas e ações preventivas para combater a disseminação da tuberculose e garantir a saúde da população vulnerável que vive na região central de São Paulo.