O rompimento da barragem de Fundão em Mariana foi um dos maiores desastres ambientais da história do Brasil, deixando 19 mortos e afetando drasticamente os estados de Minas Gerais e Espírito Santo. A Samarco, joint venture controlada pela Vale e BHP, foi a responsável pelo incidente.
Em uma entrevista à rádio O Tempo, Lula questionou a eficácia da Fundação Renova, criada pela Vale para lidar com as consequências do desastre. O presidente criticou a demora no pagamento de indenizações e na reconstrução de casas para as vítimas.
O acordo de repactuação de Brumadinho, assinado em 2021, envolveu o governo de Minas Gerais e a Vale, com um valor de reparações estabelecido em R$ 37 bilhões. Agora, as negociações para o acordo de Mariana estão sendo mediadas pelo TRF-6 em Belo Horizonte, com a participação das mineradoras, governo, municípios, Ministério Público e outros atores da sociedade civil.
Segundo Lula, o acordo de Mariana está “90% resolvido” após conversas com o ministro Alexandre Silveira. No entanto, o vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões, criticou a falta de empenho do governo federal nas negociações, alegando que o foco parece ser mais a disputa com a Vale do que a resolução do problema.
Recentemente, as mineradoras fizeram uma nova proposta de acordo, oferecendo R$ 140 bilhões, dos quais R$ 37 bilhões já foram direcionados para reparação e compensação. A nova proposta inclui o pagamento de R$ 82 bilhões em 12 anos aos governos federal, de Minas e do Espírito Santo, além de obrigações a fazer no valor de R$ 20 bilhões.
A Advocacia-Geral da União (AGU) ainda está avaliando a nova proposta das mineradoras, após apresentar uma contraproposta que previa o pagamento de R$ 109 bilhões, sem considerar os valores gastos pelas empresas até o momento. A situação continua em desenvolvimento e novas informações devem surgir conforme as negociações avançam.