Supremo Tribunal Federal descriminaliza porte de maconha para uso pessoal e fixa limite de 40 gramas para diferenciar usuários de traficantes.

Nesta quarta-feira (26), após nove anos de idas e vindas, o Supremo Tribunal Federal (STF) encerrou o julgamento que determinou a descriminalização do porte de maconha para uso pessoal. A decisão, tomada por 6 votos a 3, fixou a quantidade de 40 gramas como limite para diferenciar usuários de traficantes.

A partir de agora, não será considerado crime adquirir, armazenar, transportar ou ter em posse até 40 gramas de maconha para uso pessoal. No entanto, é importante ressaltar que a decisão não legaliza o porte da substância, apenas altera as consequências para administrativas ao invés de penais.

O julgamento do Supremo se baseou na constitucionalidade do Artigo 28 da Lei de Drogas, que prevê penas alternativas para usuários, como prestação de serviços à comunidade, advertências sobre os perigos das drogas e participação em cursos educativos. Antes da decisão, os usuários de drogas estavam sujeitos a inquéritos policiais e processos judiciais.

Além disso, a política de punição também foi modificada. Agora, as consequências para o porte de maconha serão administrativas, e não mais penais. A advertência e a participação obrigatória em cursos educativos permanecerão em vigor, porém sem impacto criminal.

A quantidade de 40 gramas ou seis plantas fêmeas de cannabis foi estabelecida pela Corte como critério para diferenciar usuários de traficantes. Nos casos em que a quantidade apreendida for inferior a isso, a prisão por tráfico de drogas poderá ocorrer, desde que haja evidências de comercialização, como apreensão de balança e registros de vendas.

Após o julgamento, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, mencionou a possibilidade de revisão de penas para pessoas anteriormente condenadas por porte de até 40 gramas de maconha, não envolvidas com tráfico. A decisão não retroage automaticamente, mas pode ser solicitada por meio de recurso à Justiça.

Com a publicação da ata do julgamento nos próximos dias, a decisão do Supremo passará a ser aplicada em todo o país, impactando a forma como o porte de maconha para uso pessoal é tratado pelas autoridades.

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