Especialistas apontam que essa mudança na legislação pode agravar a escassez de água em regiões como o Alto Jequitinhonha, em Minas Gerais, onde pequenos agricultores já sofrem com a falta de recursos hídricos. Estudos realizados por instituições como IFNMG e UFMG relacionam a escassez de água à substituição da vegetação nativa do cerrado pela monocultura de eucalipto, o que tem impactado diretamente a disponibilidade de água nessas áreas.
Segundo Flávia Maria Galizoni, cientista social da UFMG, a privatização desses recursos naturais tem impactado diretamente nas comunidades locais, que antes compartilhavam essas fontes. Por outro lado, a Associação Mineira da Indústria Florestal defende que o setor contribui para a conservação de parte da vegetação nativa em Minas Gerais, apesar das críticas.
Além disso, especialistas alertam que a monocultura de eucalipto exige um grande consumo de água, o que pode agravar ainda mais a escassez hídrica em áreas já impactadas. Estudos mostram que a presença do eucalipto tem reduzido a vazão de rios e a altura do lençol freático em regiões como o Alto Jequitinhonha, gerando preocupações quanto à disponibilidade de água para as comunidades locais.
Diante desse cenário, a mudança na legislação e a expansão da monocultura de eucalipto levantam questionamentos sobre a gestão sustentável dos recursos hídricos e a preservação do meio ambiente. As consequências dessas ações podem impactar não apenas o ecossistema local, mas também a qualidade de vida das pessoas que dependem desses recursos para sobreviver. A sociedade civil e as autoridades ambientais precisam estar atentas e buscar soluções que garantam a sustentabilidade e preservação desses importantes recursos naturais.