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Governo de Lula editará Medida Provisória para garantir isenção fiscal a medicamentos importados após aprovação de taxa sobre produtos do exterior

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está prestes a editar uma Medida Provisória para garantir isenção fiscal a medicamentos importados, diante de dúvidas surgidas em relação à validade desse benefício para remédios com a aprovação do projeto de lei que taxa produtos comprados do exterior acima de US$ 50. A MP pode ser publicada ainda nesta quinta-feira, 27.

A informação foi confirmada ao Broadcast Político pelo deputado Átila Lira (PP-PI), relator do projeto que regulamenta o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover) e inclui a tributação dos importados, conhecida como “taxa das blusinhas”.

A isenção para os medicamentos, que já era prevista em um decreto anterior, foi uma garantia firmada entre o parlamentar e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Segundo Lira, o objetivo é assegurar a isenção prevista para os medicamentos, desde que cumpram os requisitos estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O projeto inicial do Mover tinha como foco apenas incentivos para montadoras investirem em carros mais sustentáveis. No entanto, durante sua tramitação no Congresso, acabou sendo ampliado para incluir também a taxação de 20% sobre compras internacionais acima de US$ 50. Aprovado na Câmara em 11 de novembro, o projeto deve ser sancionado ainda hoje por Lula.

A implementação do Imposto de Importação é resultado de um acordo entre o Congresso e o governo federal, embora tenha gerado resistência inicial por parte de Lula. A alíquota de 20% sobre o e-commerce estrangeiro foi uma medida intermediária, substituindo a proposta inicial de cobrar 60% sobre mercadorias importadas até US$ 50.

Essa taxação é uma demanda do setor varejista nacional, que enxerga uma competição desleal devido à isenção concedida às empresas estrangeiras. A medida recebeu apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), porém, o PT mostrou receios sobre o impacto negativo que essa medida poderia ter na popularidade de Lula. No entanto, após negociações, o presidente cedeu e decidiu apoiar o “meio-termo” proposto.

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