A justificativa para essa elevação no valor das ações está relacionada aos custos que a Sabesp terá para universalizar o saneamento básico no estado de São Paulo, que segundo o estudo, deverão ser 30% a 40% menores do que o previsto pelo governo estadual. Hugo Sérgio de Oliveira, economista e ex-presidente da Agência Reguladora de Serviços Públicos do estado, explicou que cerca de 30% a 40% das ligações de água e esgoto previstas estão superdimensionadas, o que impacta diretamente nos custos do projeto de universalização.
Essa redução nos custos para universalizar o saneamento básico resultará em um maior fluxo de caixa futuro para a Sabesp, o que poderia justificar o impacto no valor das ações. No entanto, Oliveira alertou que o plano de privatização da empresa apresenta uma maquiagem, levando a conclusões favoráveis a vender a empresa por um preço mais baixo do que realmente deveria ser. O estudo realizado pelo Sintaema será encaminhado ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) nos próximos dias, com o intuito de questionar a privatização da companhia.
Até o momento, a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do estado de São Paulo, responsável pelo processo de privatização da Sabesp, não se manifestou sobre as informações apresentadas no estudo. A discussão em torno do valor das ações da Sabesp e o impacto da privatização na universalização do saneamento básico no estado de São Paulo deve continuar sendo acompanhada de perto nos próximos dias.