STF volta a julgar descriminalização do porte de maconha para uso pessoal após nove anos de debate e divergências ministeriais.

O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta quarta-feira (26) o julgamento da ação que discute a descriminalização do porte de maconha para uso pessoal. Após nove anos de discussão, a expectativa é de que o julgamento seja encerrado e o resultado oficial seja proclamado pelo presidente da corte, Luís Roberto Barroso.

Até o momento, a maioria dos ministros já se manifestou a favor de que o porte para uso pessoal não seja considerado crime, mas sim um ilícito sem efeitos penais. A questão que ainda divide os ministros é a definição da quantidade que diferenciará um usuário de um traficante.

Alguns ministros defendem que o texto da Lei de Drogas sobre a maconha não criminaliza o usuário, enquanto outros acreditam que a interpretação da constitucionalidade deste artigo ainda é controversa.

Caso seja estabelecida uma quantidade para diferenciar usuários de traficantes, há divergências sobre qual seria o limite adequado. Ministros propuseram quantias que variam de 25 a 60 gramas, enquanto outros acreditam que esta definição cabe ao Congresso ou ao Executivo, e não ao Supremo.

Além disso, há a discussão sobre a constitucionalidade do consumo pessoal de drogas, que não terá natureza penal, mas será considerado um ato ilícito. Portanto, o porte de maconha passará a ser uma infração administrativa, sujeita a sanções como outras infrações, sem processo criminal.

A ação no STF busca declarar inconstitucional o artigo da Lei de Drogas que trata do porte de drogas para consumo pessoal. A decisão também pode impactar a tramitação da PEC das Drogas na Câmara dos Deputados, que foi aprovada pela CCJ e aguarda a análise de uma comissão especial.

Com a possível finalização do julgamento nesta quarta-feira, o país aguarda a definição sobre a descriminalização do porte de maconha para uso pessoal e os desdobramentos desta importante discussão no cenário jurídico e político nacional.

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