Presidente Lula elogia Gabriel Galípolo, mas não define substituto de Roberto Campos Neto no Banco Central em meio a críticas.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista ao portal UOL, afirmou que o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, é um “companheiro altamente preparado”. No entanto, ressaltou que ainda não está pensando em quem vai escolher para ocupar o cargo de presidente do Banco Central, no lugar de Roberto Campos Neto.

A reunião entre Lula e Galípolo, realizada no Palácio do Planalto, resultou em um novo sistema de metas da inflação, com a inovação de estabelecer a meta contínua. Durante a entrevista, o presidente mencionou a competência de Galípolo e sua experiência no sistema financeiro, destacando que no momento certo irá indicar um nome para a presidência do Banco Central.

Lula aproveitou a ocasião para criticar a autonomia do Banco Central, reforçando que não é necessária uma lei para garantir essa autonomia, mas sim o respeito às funções da instituição. Além disso, questionou a manutenção da taxa de juros em 10,5% em um cenário de inflação de 4%, levantando a questão sobre a necessidade de ajustes na política monetária.

O presidente também convocou entidades como a Confederação Nacional da Indústria e a Fiesp a se manifestarem contra a taxa Selic atual. Ele reforçou seu compromisso em controlar a inflação e destacou que seu objetivo é indicar o presidente do Banco Central pensando no Brasil, e não apenas no mercado financeiro.

A gestão de Roberto Campos Neto foi alvo de críticas por parte de Lula devido à manutenção da taxa de juros em 10,5%, interrompendo um ciclo de cortes iniciado em agosto do ano passado. A decisão unânime do Comitê de Política Monetária do Banco Central em manter a Selic nesse patamar era amplamente esperada pelo mercado, diante das incertezas na condução da política fiscal e do aumento das expectativas de inflação.

A entrevista de Lula ao portal UOL gerou expectativas no mercado e reafirmou sua preocupação em controlar a inflação e promover a estabilidade econômica do país. A escolha do próximo presidente do Banco Central ganha ainda mais relevância diante do atual cenário econômico e das discussões em torno da política monetária.

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