Prefeito de São Paulo pretende recorrer de proibição judicial de uso de armas não-letais pela GCM na Cracolândia.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, manifestou sua insatisfação com uma decisão judicial que impede a Guarda Civil Metropolitana (GCM) de utilizar balas de borracha, bombas de gás e formações de ataque semelhantes aos da Polícia Militar durante ações na região da cracolândia. Em uma coletiva de imprensa, o prefeito afirmou que a GCM não vai tratar com complacência quem está causando problemas e que precisará utilizar suas técnicas de segurança para proteger tanto os cidadãos quanto os próprios agentes.

Nunes também declarou que, caso haja enfrentamento por parte dos usuários de drogas, eles “vão tomar na testa”, deixando claro que ações violentas não serão toleradas. A polêmica decisão judicial foi tomada pela juíza Gilsa Elena Rios, que acatou parte dos pedidos feitos pelo Ministério Público após uma operação policial realizada em 2017 na cracolândia.

A operação policial em questão resultou na prisão de mais de 30 pessoas e na dispersão de dependentes químicos que frequentavam a região há décadas. O então prefeito João Doria chegou a declarar o “fim da cracolândia”, mas usuários continuaram consumindo crack em áreas próximas. A decisão judicial agora determina que a GCM elabore um plano de atuação na cracolândia e disponibilize um canal de denúncias para eventuais abusos dos agentes.

Por outro lado, o prefeito Nunes criticou a interferência judicial na atuação da GCM, afirmando que não é adequado que magistrados definam procedimentos para uma situação tão complexa como a cracolândia. Ele também anunciou que as grades instaladas nas ruas da região serão mantidas, não com o objetivo de isolar as pessoas, mas sim de garantir a segurança para a entrada de ambulâncias em casos de emergência.

Diante desse cenário de conflito, a questão da segurança e dos direitos humanos na região da cracolândia continua sendo um desafio para as autoridades municipais e o poder judiciário, que precisam encontrar um equilíbrio entre a necessidade de intervenção policial e o respeito aos direitos dos cidadãos vulneráveis. A polêmica decisão judicial e a reação do prefeito evidenciam a complexidade e a sensibilidade desse tema.

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