Jurados de três países se reúnem virtualmente para escolher vencedor do Prêmio Camões 2024, o maior da literatura portuguesa.

A escolha do vencedor da 36ª edição do Prêmio Camões, o mais significativo da literatura portuguesa, teve início em uma reunião virtual realizada nesta quarta-feira (26) com jurados de três países. A premiação, que é concedida pelos governos do Brasil e de Portugal, contempla escritores dos países que compõem a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

O encontro para decidir o laureado é composto por dois representantes do Brasil, dois de Portugal e mais um par de algum outro país da CPLP. Os representantes brasileiros são o escritor Deonísio da Silva e o professor e pesquisador Ranieri Ribas, que participam da reunião diretamente da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro. Por parte de Portugal, estão presentes as professoras Clara Crabbé Rocha e Isabel Cristina Mateus, e de Moçambique, o filósofo e crítico de arte poética Dionisio Bahule e o professor Francisco Noa.

O vencedor será anunciado assim que houver consenso entre os jurados. Ainda não há uma data definida para a cerimônia de entrega do prêmio, que poderá ocorrer no Brasil ou em Portugal.

A premiação para o vencedor é de 100 mil euros, o equivalente a mais de R$ 580 mil, sendo subsidiada igualmente pelo Ministério da Cultura português e pela Fundação Biblioteca Nacional, vinculada ao Ministério da Cultura brasileiro. O diploma entregue ao laureado, que contém o nome de todos os países de língua portuguesa, é assinado pelos chefes de Estado do Brasil e de Portugal, além de outros países da CPLP.

Criado em 1988, o Prêmio Camões tem como objetivo consagrar um autor de língua portuguesa que tenha contribuído significativamente para o enriquecimento literário e cultural do idioma. Recentemente, o vencedor da edição de 2023 foi o ensaísta, crítico literário, cronista e tradutor português João Barrento.

Em edições passadas, houve polêmica em relação à entrega do prêmio, como em 2019, quando o músico Chico Buarque, vencedor da 31ª edição, teve seu diploma recusado pelo então presidente Jair Bolsonaro. A láurea só chegou às mãos do artista em 2023, com a assinatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Chico Buarque declarou na cerimônia que “reconforta-me lembrar que o ex-presidente teve a rara fineza de não sujar o diploma do meu Prêmio Camões, deixando seu espaço em branco para assinatura do nosso presidente Lula”.

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