A operação Churrascada da PF foi responsável por desencadear as investigações que resultaram no afastamento de Almeida do cargo por um ano, determinado pelo Superior Tribunal de Justiça. Apesar das acusações, a defesa do desembargador não se pronunciou até o momento.
Hosi, conhecido por ser o proprietário de uma carga de 450 kg de cocaína e de ter fugido de uma audiência em 2002, foi preso novamente em 2019. As condenações por diversos crimes o levaram a uma sentença de 39 anos e quatro meses de prisão.
Segundo a Procuradoria, foram identificados conluios fraudulentos entre advogados para direcionar processos de interesse de Hosi para a 1ª Câmara Criminal onde Almeida atua. Em 2021, durante uma estadia em um presídio em Avaré (SP), Hosi e seus representantes teriam iniciado negociações com intermediários do desembargador para facilitar sua transferência e uma possível fuga, conforme apontam as investigações.
A Procuradoria-Geral da República afirmou que o desembargador teria tentado influenciar outro julgador em um pedido de habeas corpus relacionado a Hosi. A PGR relata que Almeida teria aceitado uma proposta de “venda de decisão judicial”, mas enfrentou dificuldades para convencer os demais membros da Câmara a participar do esquema de corrupção.
Além do afastamento do cargo, a Corregedoria Nacional de Justiça instaurou uma reclamação disciplinar contra o desembargador, destacando a importância da apuração dos fatos. Resta agora aguardar os desdobramentos desse escândalo que abala a credibilidade do Judiciário paulista.