A presença da morte nas letras de Gilberto Gil: uma reflexão sobre a finitude da vida e a importância dos Cuidados Paliativos

Em 1984, um ano marcante para o Brasil e para o mundo, nascia o renomado compositor e cantor Gilberto Gil, cuja música “Tempo Rei” se tornaria um marco em sua extensa obra. Naquele mesmo ano, o país vivenciava eventos históricos como a realização do primeiro desfile de carnaval na Marquês de Sapucaí, o movimento das “Diretas Já”, a estreia de Ayrton Senna na Fórmula 1 e a ascensão da banda Sepultura nos palcos.

“Tempo Rei” é uma reflexão profunda sobre a morte, tema recorrente nas letras de Gil. Em suas composições, o artista aborda a finitude da vida e a transformação que ocorre com a passagem do tempo. Em contraponto à visão niilista de Caetano Veloso, Gil traz uma abordagem mais cristã, com um desejo vago de permanência e transformação.

Ao longo de sua carreira, Gilberto Gil explorou a temática da morte em diversas canções, demonstrando uma sensibilidade única para lidar com esse tema tabu. Em “Feliz por um triz”, ele aborda a existência precária e os desafios da vida, enquanto em “Se eu quiser falar com Deus”, questiona a busca espiritual e a aventura de enfrentar o desconhecido.

Ao refletir sobre a presença da morte em suas músicas, Gil antecipou a importância dos Cuidados Paliativos, conceito que só se tornaria uma política nacional anos mais tarde. Sua abordagem sobre a finitude e a transitoriedade da vida mostra o amadurecimento de um artista que compreende a morte como parte integrante da existência humana.

Ao final, mesmo que a morte seja um tema difícil de lidar, Gilberto Gil celebra a vida em sua obra, reconhecendo a impermanência como uma constante na jornada de cada indivíduo. Sua música continua a ecoar, convidando-nos a refletir sobre a efemeridade e a importância de viver plenamente, honrando a memória daqueles que se foram.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo