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Problema estrutural no Pacaembu causa tensão entre Prefeitura e concessionária em São Paulo a dias da reinauguração

Após uma vistoria técnica no estádio do Pacaembu, situado na região central de São Paulo, uma rachadura foi encontrada em uma das pilastras que sustentam a arquibancada da arena. Esse problema estrutural gerou uma disputa de responsabilidades e acusações sobre sua origem, justamente alguns dias antes da data prevista para a reinauguração do estádio.

A rachadura foi identificada em uma pilastra próxima à fachada histórica do estádio, em uma área pertencente ao Museu do Futebol. A classificação do risco do problema é considerada “crítica” e demanda um reparo urgente na estrutura.

A concessionária responsável pelas obras de reforma e administração do estádio, Allegra Pacaembu, afirmou que a rachadura e outros problemas apontados no laudo não afetariam os trabalhos no estádio, pois não se encontram na área concedida à empresa. A concessão destacou que, embora problemas como a trinca na pilastra sejam graves do ponto de vista da engenharia, não representam um risco estrutural.

No início de maio, a Allegra enviou comunicados à prefeitura, conselhos de preservação do patrimônio histórico, à Secretaria Estadual de Cultura e à concessionária da linha 6-laranja do metrô, a Linha Uni, informando sobre a situação. Nos comunicados, a Allegra especulou que os problemas estruturais poderiam ter ocorrido em decorrência das obras da estação Faap-Pacaembu, ligada à futura linha do metrô. A concessionária do Pacaembu baseou-se em ocorrências graves em obras metroviárias anteriores para embasar sua teoria, citando a abertura de uma cratera em Pinheiros, na zona oeste, em 2007, e outra na marginal Tietê dois anos atrás.

A alegação da concessionária do Pacaembu é reforçada pela constatação de danos em obras no Museu Faap, localizado a uma quadra de distância, que supostamente foram causados pela mesma obra do metrô. Porém, o relatório técnico não aponta culpados e classifica a causa da trinca na pilastra como “falta de manutenção das estruturas”.

Além da fissura na pilastra, a vistoria identificou sacos de areia empilhados sobre um muro de contenção, também na área abaixo do Museu do Futebol. A concessionária do Pacaembu alegou que a barreira de contenção foi instalada pela Linha Uni sem seu consentimento e solicitou reparos no entorno do Complexo Pacaembu afetado pelas obras da linha 6-laranja do metrô.

Executivos da Acciona, empresa líder do consórcio Linha Uni, foram questionados sobre o problema pelo vice-governador e afirmaram que laudos comprovam a ausência de responsabilidade das obras do metrô no caso.

Após a repercussão na imprensa, a Allegra Pacaembu divulgou uma nota afirmando não haver risco estrutural detectado no complexo e que seus ofícios aos órgãos públicos e à Linha Uni buscavam esclarecimentos para garantir a segurança das operações. A disputa sobre a responsabilidade pela rachadura na pilastra do estádio do Pacaembu continua sem uma conclusão definitiva. A reinauguração da arena permanece em suspenso até que as questões estruturais sejam resolvidas adequadamente.

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