Diante desse cenário, os moradores decidiram se unir e mobilizar-se em prol do tombamento da rua, a fim de preservar sua identidade histórica e cultural. O professor emérito da Faculdade de Letras da USP, Jorge Schwartz, líder dessa resistência, relata o assédio constante das imobiliárias, que chegam a enviar informações falsas sobre vendas de imóveis, visando forçar os moradores a venderem suas casas.
Embora as construções na rua Alcides Pertiga não tenham relevância arquitetônica, o que está em jogo é a qualidade de vida e a preservação de um modo de viver que está desaparecendo em São Paulo. Em vez de mais um prédio alto e padronizado, os moradores lutam pela manutenção de uma rua aprazível e pela preservação da memória da cidade.
O grupo liderado por Schwartz tem enfrentado dificuldades para obter informações sobre os planos das incorporadoras e até mesmo os proprietários dos imóveis estão divididos em relação ao tombamento. Enquanto alguns defendem a preservação, outros estão interessados em se desfazer de suas casas.
Contudo, a mobilização dos moradores tem gerado uma união inédita na rua Alcides Pertiga, onde há um crescente desejo de conhecer e se reunir. A luta contra a pressão imobiliária é vista como um embate de Davi contra Golias, mostrando a determinação dos moradores em defenderem seu espaço e sua forma de vida diante das investidas do mercado imobiliário em busca de lucro.
