Repórter São Paulo – SP – Brasil

Pesquisa revela falta de estrutura e materiais nas aulas de Educação Física em escolas do Brasil, aponta estudo do Instituto Península.

Uma ampla pesquisa realizada com mais de 3 mil professores de educação física em todo o país revelou uma série de problemas enfrentados por esses profissionais no exercício de suas atividades. O estudo, conduzido pela Organização não Governamental Instituto Península, envolveu tanto profissionais de escolas públicas (86%) quanto de instituições privadas (13%), durante os meses de outubro e novembro de 2023.

De acordo com os resultados do levantamento, 94,7% dos professores apontaram a necessidade de melhorias na estrutura física dos espaços onde são ministradas as aulas de educação física. Dentre os principais problemas relatados pelos docentes estão a precária situação das quadras esportivas, a ausência de vestiários adequados e a carência de materiais essenciais, como bolas de handebol, basquete, vôlei e futsal.

Quando questionados sobre as estratégias adotadas diante dos problemas de infraestrutura, mais da metade dos professores entrevistados afirmaram que levam seu próprio material, enquanto outros optam por confeccionar seus próprios recursos. Além disso, 79,8% dos docentes relataram já ter comprado materiais com recursos do próprio bolso, incluindo bolas de futsal, vôlei, bambolês e handebol.

Um ponto preocupante que merece destaque é o alto índice (76,1%) de professores que já presenciaram casos de bullying em aulas de educação física. A temática do bullying inclui desde intimidações relacionadas às habilidades técnicas dos alunos até questões de aparência, gênero e sexualidade. Muitos profissionais admitiram não se sentir preparados para lidar com essas situações, o que evidencia a necessidade de um maior suporte e capacitação para o enfrentamento desse problema.

A inclusão de meninas nas aulas de educação física também se mostrou um desafio, com 36,9% dos professores apontando dificuldades nesse sentido. A pesquisa destacou a importância de promover a inclusão e o apoio adequado para que todas as crianças possam participar plenamente das atividades físicas escolares.

Diante dos resultados apresentados, fica evidente a urgência da adoção de medidas que visem a melhoria das condições de trabalho dos professores de educação física, bem como o fortalecimento de ações de prevenção e combate ao bullying nas escolas. A sociedade como um todo deve se mobilizar em prol de uma educação física mais inclusiva, segura e eficaz para todos os estudantes.

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