Durante sua fala, o ministro, que integrou o governo de Lula, fez uma crítica contundente contra o projeto de lei que equipara a pena de aborto à de homicídio, especialmente no caso de mulheres vítimas de estupro. Almeida afirmou que é um absurdo prender uma mulher estuprada e que a ideologia do ódio está presente naqueles que defendem essa medida. Além disso, ele destacou que quem apoia a violência policial está indo contra os próprios policiais.
Apesar do apoio recebido, é importante ressaltar que parte significativa dos evangélicos é favorável ao PL Antiaborto, que tem como autor o deputado Sóstenes Cavalcante, conhecido por suas pautas conservadoras e por ser próximo ao pastor Silas Malafaia. A urgência do projeto foi aprovada pela Câmara, mas o presidente Arthur Lira recuou diante da repercussão negativa e adiou a votação para depois do período eleitoral.
O discurso de Silvio Almeida também ressaltou a ligação entre cristianismo e direitos humanos, buscando estreitar a relação entre os evangélicos e o governo. Sua presença no culto foi a pedido do pastor Ed René Kivitz, conhecido por adotar posições mais progressistas dentro do meio evangélico e por se posicionar contra uma possível reeleição de Jair Bolsonaro.
Mesmo sendo católico, Almeida foi bem recebido por outros pastores presentes no evento, que ressaltaram a importância de unir diferentes vertentes religiosas em prol dos direitos humanos. O pastor Zé Marcos Silva, de Coqueiral (PE), destacou a importância de não deixar que interesses político-religiosos obscureçam a verdadeira mensagem de amor e respeito ao próximo.